Resumen
O Morbillivirus possui RNA de fita simples, sentido negativo e não possui a enzima transcriptase reversa, não sendo, portanto um retrovírus. A infecção sistêmica pelo Morbillivirus pode ser encontrada em canídeos selvagens, procionídeos como guaxinins, kinkajous, ursos, mustelídeos, hienas, grandes felinos, felinos domésticos, cetáceos, primatas não humanos e humanos. A grande capacidade do Morbillivirus de transpor barreiras entre as espécies se deve a mutações na proteína H do envelope lipoprotéico, tornando-o um vírus pantrópico. Surtos de doenças causadas pelo Morbillivirus foram registrados em diferentes espécies em um mesmo período de tempo, pois além da alta virulência, os animais contaminados são reservatórios da doença e agentes de transmissão intraespécies e interespécies. Esta característica do Morbillivirus dificulta a erradicação das infecções do VCC (vírus da cinomose), embora existam vacinas para algumas espécies acometidas. O estudo das interações do Morbillivirus com as diferentes espécies leva-nos a discutir os conceitos de 'One World One Health', 'One Medicine' e 'One Health', ao se correlacionar com os riscos para a saúde humana e animal que o Morbillivirus representa. O trabalho de vigilância epidemiológica do VCC é significativamente importante por se tratar de uma doença infecciosa emergente que representa uma ameaça a saúde de seres humanos e animais. Alguns estudos apontam que o vírus do sarampo é derivado do vírus da cinomose ou do vírus da peste bovina. Esse estudo é um complicado de artigos publicados na literatura, que fornecem informações acerca dos mecanismos patológicos utilizados pelo Morbillivirus para infectar o hospedeiro e estruturas cerebrais com a descrição das lesões. Além disso, a presente revisão de literatura aborda a epidemiologia, etiopatogenia, alterações histológicas, diagnóstico clínico e laboratorial da cinomose.
DOI: https://doi.org/10.56238/sevened2024.037-158