Resumen
Tratar de conceitos chave como “decolonialismo”, “reforma psiquiátrica” e “esquizoanálise” e tentar integra-los se constitui tanto um desafio quanto um passo para a retomada de uma episteme da psique humana que contemple uma clínica mais humana e que atue com rigor sobre o espaço social que existe segundo a percepção e apropriação pelo sujeito social. É possível, nesse capítulo, entender a intercessão entre a realidade colonizada e a predisposição ao adoecimento mental por um sistema simbólico que invisibiliza e torna vidas menos passível de luto ou de identificação de pertencimento sem que para isso seja usada uma máscara. Os desdobramentos disso refletem a negligência do colonizado alienado quanto à própria condição, fazendo com que ele signifique e veja o mundo pelas lentes do pensamento colonizado e reforçado por instituições corrosivas que cristalizam esses conceitos.
Portanto a esquizoanálise de Deleuze e Guattari surge como potência decolonial para destruir as amarras da máquina desejante do indivíduo e construir por meio de dispositivos de grupo, esquizodrama e cartografia e sua reafirmação enquanto existência dotada de valor intrínseco mesmo diante do choque cultural entre a cultura hegemônica colonial e as contraculturas e existências diversas.
DOI: https://doi.org/10.56238/sevened2024.039-007