Resumen
As doenças do trato urinário inferior de felinos acometem cerca de 15 a 57% dos gatos, sendo uma das mais importantes causas de visitas de gatos ao médico veterinário. A síndrome de Pandora acomete os gatos que apresentam as Doenças do trato urinário inferior (DTUIF), resultando em disúria, hematúria, periúria, polaciúria e estrangúria. Sendo que a maioria dos casos clínicos de gatos que apresentam essas alterações, são consideradas como “síndromes clinicamente inexplicáveis” ou idiopáticas, podendo estar relacionadas a fatores genéticos e influências epigenéticas. A doença do trato urinário inferior obstrutivo do gato pode ser potencialmente fatal por envolver um desequilíbrio hídrico, eletrolítico e acidobásico e lesão renal aguda. As opções de tratamento incluem o tratamento clínico, cirurgia e mudanças de manejo ambiental e adequação de comportamento dos gatos. O tratamento clínico, em muitos casos é ineficaz, as cirurgias de penectomia e uretrostomia perineal são técnicas cirúrgicas efetivas para a desobstrução do fluxo urinário em felinos, mais frequente em machos, porém estão associadas a altas taxas de morte pós-operatória (8%-22%). Através da utilização do implante de dispositivo ureteral subcutâneo, a urina passa através de um sistema artificial, colocado cirurgicamente, preservando o ureter do animal que não se encontra viável. O uso desse dispositivo está associado a bons resultados em longo prazo e menor taxa de letalidade. Até o momento, nenhuma diretriz oficial está disponível em medicina veterinária para auxiliar o veterinário na tomada de decisões sobre o melhor tratamento para essas doenças, entretanto a colocação de um dispositivo ureteral continua sendo o tratamento padrão de escolha e está associado às mais altas taxas de sucesso, somado as medicações para minimização de estresse e mudanças de manejo.
DOI: https://doi.org/10.56238/sevened2024.037-140