Resumen
O Diabetes Mellitus tipo 2 é considerado um grave problema de saúde pública, principalmente nos países em desenvolvimento como o Brasil, acometendo indivíduos a partir de 40 anos. O gênero determina importantes diferenças no curso do diabetes, tendo a sua incidência maior nos homens, porém o diagnóstico é tardio, quando comparado com as mulheres. A adesão ao autocuidado adequado favorece o sucesso terapêutico e promove controle metabólico, melhora da qualidade de vida, diminuição dos sintomas de ansiedade, depressão e risco cardiovascular. O objetivo desse estudo, foi investigar, sob a ótica de gênero, a prática de autocuidado e os fatores associados em indivíduos com diabetes mellitus tipo 2. Trata-se de um estudo transversal, com abordagem quantitativa, realizado com 86 indivíduos com diabetes em atendimento ambulatorial de um hospital público. Foram investigadas as variáveis sociodemográficas, clínicas e as relacionadas as atividades de autocuidado com o diabetes. Observou-se uma diferença entre os gêneros apenas nas atividades de alimentação específica. Na comparação entre as medianas para as dimensões do autocuidado e as variáveis sociodemográficas e clínicas dos homens, evidenciou-se melhor prática de autocuidado na alimentação específica para aqueles com até 10 anos de diagnóstico da doença, e melhor adesão medicamentosa entre aqueles com descontrole glicêmico. Já nas mulheres, destacou-se o autocuidado na alimentação específica naquelas com mais de 8 anos de estudo, seguiam as orientações alimentares gerais aquelas cuja renda mensal era inferior a e 1 salário mínimo, e a menor frequência da monitorização glicêmica esteve presente entre as que possuíam um bom controle glicêmico. Cabe, portanto, aos profissionais de saúde o papel de conscientizar, motivar e apoiar esses indivíduos quanto à prática das atividades de autocuidado a partir das características individuais que podem interferir na adesão ao tratamento, a fim de prevenir e/ou retardar complicações advindas da doença e proporcionar uma melhor qualidade de vida.
DOI:https://doi.org/10.56238/cienciasaudeestuepesv1-028