Resumen
A COVID-19 é uma doença infecciosa de alta transmissibilidade causada pelo coronavírus 2 da síndrome respiratória aguda grave (SARS-CoV-2). Devido aos diferentes sintomas apresentados pelos pacientes na fase inicial da doença, torna-se relevante a monitorização dos marcadores biológicos associados à coagulação para um maior controle da infecção. Dessa forma, o presente estudo teve como objetivo discutir o impacto da COVID-19 frente aos parâmetros da coagulação, por meio de uma revisão da literatura sobre a fisiopatologia e os aspectos laboratoriais e terapêuticos das coagulopatias nesses pacientes. Foram analisados artigos científicos indexados no banco de dados eletrônico Pubmed, no período de janeiro de 2020 a maio de 2023, e selecionados 44 artigos que atenderam ao propósito do estudo. A COVID-19 é uma doença multissistêmica que provoca uma série de complicações aos infectados, principalmente no sistema respiratório, imunológico e hemostático. A fisiopatologia da COVID-19 resulta da interação entre endotélio, sistema imunológico, e sistema de coagulação, levando a um estado hiper inflamatório e pró-trombótico. Assim, são considerados biomarcadores característicos da coagulopatia por COVID-19 grave o aumento do dímero-D, fibrinogênio, fator VIII e FvW, sendo os níveis elevados de dímero-D a alteração relatada com maior frequência. Além disso, alguns pacientes também apresentam prolongamento de TTPa e/ou TP e graus variáveis de trombocitopenia. Nos pacientes infectados pelo vírus, recomenta-se o uso de terapia farmacológica preventiva com anticoagulantes, principalmente heparina, devido ao risco de eventos trombóticos. Entretanto, torna-se necessário o desenvolvimento de maiores estudos para a verificação da eficácia terapêutica desses medicamentos nos pacientes infectados pelo SARS-CoV-2.
DOI:https://doi.org/10.56238/medfocoexplconheci-041