Abstract
A partir de uma abordagem dialógica da cultura popular pernambucana desenvolvida entre 2003 e 2023, observei da recorrência da rítmica do ‘toque de perré’ dos caboclinhos de Pernambuco, como recurso expressivo comum presente no fazer sonoro local e em outras práticas musicais da região Nordeste do Brasil. Nesta arena de produções musicais os processos de aquisição da linguagem expressiva toma por referência a fórmula contramétrica 3+3+2 e suas variantes (Kolinsky apud Sandroni, 2001, p.21) culturalmente estabelecidas, que estruturam a consciência performativa como um padrão central e compartilhado de interpretação. Com base numa perspectiva dialógica de análise, esta abordagem seguiu uma linha colaborativa de coleta de dados (Campbell e Lassiter, 2015) a partir de uma observação participante. A problemática que indutivamente emergiu no terreno revelou processos decoloniais (Quijano, 2005) de desinformação ainda que nos costumes permaneçam vínculos entre práticas expressivas locais e o padrão perré de performance.
DOI: https://doi.org/10.56238/sevened2025.008-008