Abstract
A sucessão envolve a necessidade de substituição de um dirigente por outro na mais importante posição de uma organização. Uma transferência de poder ameaça a identidade organizacional e prejudica suas atividades, porém se bem planejada representa uma oportunidade estratégica de crescimento e renovação. O planejamento formal de sucessão em organizações sem fins lucrativos se torna um aspecto vital para a sua sobrevivência. O objetivo deste artigo é relacionar os principais conflitos de agência, propostos por Cook (1995), com a sucessão do presidente ou CEO nas cooperativas agropecuárias. Foram analisadas a presença desses conflitos em sete cooperativas agropecuárias de Mato Grosso do Sul, no que diz respeito as discussões sobre a sucessão do presidente. Foram entrevistados apenas os atuais presidentes das cooperativas, buscando evidencias da participação dos cooperados nas decisões sobre a sucessão, a forma como o presidente lida com os interesses dos principais e o planejamento da gestão da cooperativa no longo prazo. Foram identificados aspectos envolvendo principal (cooperados) e agente (presidente) em todos os conflitos propostos por Cook (1995), carona, horizonte, portfólio, controle e custos de influência. Neste sentido foi identificada falta de diálogo entre principal e agente, ausência de planejamento e discussões com relação a sucessão do presidente, a importância da remuneração como retribuição ao trabalho prestado pelo agente, conflito de interesses, a falta de compreensão dos principais quando se trata dos interesses da cooperativa. Estes deveriam buscar por um bom desempenho tanto a montante (na fazenda) quanto a jusante (na cooperativa), porém acabam por abdicar dos interesses da cooperativa em detrimento dos seus próprios interesses.
DOI: https://doi.org/10.56238/sevened2024.037-110