Abstract
O artigo apresenta reflexões sobre as motivações do crime numa perspectiva socioeconômica, destacando a necessidade de uma abordagem integrada e multidisciplinar. O objetivo é discutir como a concentração de renda e as desigualdades sociais e econômicas podem exercer influência no comportamento criminoso, para isso tomamos como referência os crimes contra o patrimônio. O estudo utiliza uma análise empírica baseada nas teorias de caráter social e econômico do crime. As discussões abordam como a distribuição desigual de renda e o problema da mobilidade econômica social no Brasil podem exercer influência no aumento dos crimes contra o patrimônio, considerando que, a desigualdade econômica e social, combinada com pressões culturais e a falta de normas sociais claras, cria um ambiente propício para comportamentos desviantes. As discussões indicam ainda que indivíduos marginalizados economicamente e alijados de oportunidades legítimas estão mais propensos a adotar comportamentos criminosos como uma forma de alcançar objetivos sociais impostos. Defende-se a necessidade de uma compreensão mais complexa e multifocal das motivações do crime, exigindo conexões com as diversas áreas dos saberes e a integração desse debate com a elaboração de políticas públicas eficazes que abordem as raízes socioeconômicas do crime.
DOI:https://doi.org/10.56238/sevened2024.031-075