Abstract
Os assentamentos de reforma agrária no Paraná tem sido espaço de ação dos movimentos sociais populares, especialmente o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), para repensar o modelo de desenvolvimento do campo. Esforço que resultará na busca de acompanhamento técnico adequado e contínuo para os assentamentos. Para isto demanda formação técnica em Agroecologia para jovens assentados, implementando cursos técnicos formais e estruturando Escolas de Formação em Agroecologia, dentre elas a Escola Milton Santos (EMS), desde 2002, localizada em Maringá - PR. Esta Escola tem desenvolvido formação em parcerias com diversas instituições, formando quatro turmas nos Cursos Técnicos em Agroecologia, sendo os educandos oriundos de diversos assentamentos e regiões do estado. Esta pesquisa teve como objetivo avaliar a contribuição (impactos) dos egressos da EMS para promoção da Agroecologia e desenvolvimento em assentamentos no Paraná. Evidenciou-se que a maioria dos egressos mantém vínculo e têm contribuído objetiva e subjetivamente com o desenvolvimento diferenciado do modelo produtivo do agronegócio para os assentamentos, através de ações educativas, organizativas e produtivas para consumo e renda das famílias. Os limites identificados na efetivação da proposta de desenvolvimento dos movimentos sociais não dizem respeito apenas à formação oferecida nos cursos, mas principalmente as contradições que envolvem os assentamentos e disputa de modelos de desenvolvimento nesses territórios. Entretanto, tais limites apontam possibilidades e desafios para qualificar as práticas técnicas, educativas e organizativas da Escola Milton Santos.
DOI: https://doi.org/10.56238/sevedi76016v22023-033