Abstract
Alteridade é uma concepção filosófica, social, ética e educacional que se constitui na relação de empatia entre as pessoas, com a prática de uma se colocar no lugar da outra, para entender o que torna essa outra diferente e única. No processo de ensino aprendizagem, a relação entre educador e educando exige uma mútua disposição de trabalhar as expectativas e atitudes diferentes entre si, e com o outro. Assim, sob uma abordagem de natureza qualitativa, este trabalho tem o objetivo de refletir sobre a presença do exercício de Alteridade nas operações de linguagem envolvendo leitura e interpretação de textos. No trabalho, descrições e definições da Alteridade formuladas por vários autores foram reunidas e, com base nas noções de epilinguagem e da Alteridade, de forma prática, trabalhou-se com o texto “Rapadura” de Raquel de Queiroz e se discutiu a presença da Alteridade na leitura e na interpretação do texto fundamentados na abordagem epilinguística e na Teoria das Operações Predicativas e Enunciativas (TOPE). Ao ler e interpretar colocando-se no lugar dos personagens no contexto da história, observando seus movimentos, sentimentos e ações nas relações entre eles, constatou-se que a Alteridade tem importância tanto na construção de enunciados quanto no diálogo do leitor com o texto. Por fim, há que se ressaltar que a escola tem um papel fundamental na promoção da Alteridade, pois saber como olhar e compreender o outro ajuda a compreender a si mesmo e facilita a reflexão, aceitação, afetividade e, acima de tudo, o diálogo com esse outro.
DOI:https://doi.org/10.56238/sevedi76016v22023-029