Abstract
A microbiota corresponde ao conjunto de microrganismos, como bactérias, arqueas, fungos e vírus, os quais estão presentes no corpo humano. O trato respiratório, juntamente ao intestino, a pele, o trato urogenital e a cavidade bucal, representam microbiomas complexos. O trato respiratório é dividido, anatomicamente, em trato respiratório superior, o qual é composto por cavidade nasal, seios paranasais, nasofaringe e laringe; e em trato respiratório inferior, formado por traqueia, brônquios, bronquíolos e pulmões; partes que apresentam microbiotas distintas. Por muito tempo, o pulmão de um indivíduo saudável foi considerado um ambiente estéril. Contudo, desde 2010, essa crença tem sido refutada. Além disso, foi descoberto que a microbiota pulmonar apresenta profunda relação com a microbiota intestinal, através do eixo intestino-pulmão. Esse eixo indica relação entre o sistema imune desses dois órgãos, via sistema linfático e corrente sanguínea, atuando na modulação da imunidade e influenciando na susceptibilidade a doenças, como a tuberculose. A tuberculose é uma doença causada pelo M. tuberculosis, e é uma das principais causas de morte em todo o mundo. Em 2019, cerca de 10 milhões de novos casos de tuberculose e 1,4 milhões de mortes foram contabilizados pela OMS. Desse modo, o presente capítulo visa compreender a forma com que a microbiota pulmonar e sua conexão com intestino, via eixo intestino-pulmão, interfere na patogênese da tuberculose, doença de grande relevância epidemiológica, além de reunir informações sobre as alterações da microbiota devido à doença e também relacionar um possível uso de moduladores da microbiota no tratamento da tuberculose.
DOI:https://doi.org/10.56238/ciemedsaudetrans-039