Abstract
Em seu livro Quantum Dialogue - The Making of a Revolution[1], a escritora Mara Beller mostra que a ciência está enraizada não apenas na conversa (frase do Werner K. Heisenberg), mas na discordância, na dúvida e na incerteza. Ela argumenta que é justamente essa cultura de diálogo e polêmica dentro da comunidade científica que alimenta a criatividade. Beller extrai seu argumento de sua nova leitura radical da história da revolução quântica, especialmente o desenvolvimento da interpretação de Copenhague. Uma das várias abordagens concorrentes, esta versão teve sucesso em grande parte devido às habilidades retóricas de Niels Bohr e seus colegas. Usando uma extensa pesquisa de arquivo, Beller mostra como Bohr e outros comercializaram seus pontos de vista, deturpando e descartando seus oponentes como irracionais e defendendo sua própria posição nem sempre coerente ou bem apoiada como sendo inevitável. Na atual conjuntura de negociações entre os diferentes stakeholders relacionados com as tecnologias quânticas, as habilidades retóricas de Niels Bohr estão mais válidas do que nunca. A pergunta principal a ser respondida neste artigo é quem deve financiar, gerenciar e liderar no Brasil o desenvolvimento dessas tecnologias?
DOI:https://doi.org/10.56238/tecavanaborda-042