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Dengue e a pandemia da COVID-19: Reflexões urgentes e dados epidemiológicos no estado de São Paulo até 2022

Santos MFR;
Joviliano RD

Maria Fernanda Rodrigues dos Santos

Renata Dellalibera Joviliano


Abstract

Durante a pandemia da COVID-19, pesquisadores, administradores da saúde pública, equipes de controle de vetores e profissionais da saúde foram direcionados à emergência do combate ao SARS-CoV-2. Por um lado, essa organização permitiu uma maior agilidade de resposta à pandemia, por outro, deu espaço para que doenças emergentes em países endêmicos crescessem ainda mais, como a dengue. O Brasil enfrenta epidemias da dengue desde 1986, sazonalmente de março a junho em períodos onde há elevação no nível pluviométrico e muitas vezes, negligências no controle do vetor (Aedes aegypti) contribuem para o aumento de casos de dengue nesse período. Situação semelhante é observada com doenças respiratórias como a influenza, que apresenta surtos sazonais, principalmente no outono e no inverno.  Neste cenário, objetivamos investigar os motivos da urgência da dengue no período pandêmico e relacioná-los com os dados epidemiológicos dessa arbovirose no Estado de São Paulo. Para isso, realizou-se uma revisão bibliográfica por meio dos bancos de dados fornecidos pelo Scielo, Periódicos Capes e PubMed, no qual possuiu as seguintes palavras chaves combinadas com o operador boleano “AND”: “COVID-19”, “Dengue fever” e “Pandemic”. Os resultados encontrados demonstraram um aumento substancial nas notificações de casos de dengue no Estado de São Paulo correlacionado à pandemia causada pelo SARS-CoV-2. No ano de 2022 após o fim da pandemia da COVID-19 ocorreu um aumento de um pouco mais de 200 mil casos anuais (cerca de 46% maior que o ano de 2021), ou seja, houve um salto de 348.622 para 656.023 casos entre esse curto período de tempo. Conota-se que a COVID-19 e a dengue apresentam semelhanças clínicas e laboratoriais.  Pacientes infectados pelo SARS-CoV-2 e diagnosticados com dengue, por meio de teste rápido, evoluíram para quadros clínicos mais graves, retardando o tratamento eficaz. Diagnósticos falsos positivos e métodos laboratoriais menos sensíveis podem gerar, não somente, complicações na saúde do paciente, como favorecem a expansão da COVID-19, sobrecarregando os sistemas de saúde pública. Por fim, depreende-se que ações são necessárias para amenizar as consequências a longo prazo dessa negligência.

 

DOI:https://doi.org/10.56238/ciesaudesv1-019


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This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.

Copyright (c) 2023 Maria Fernanda Rodrigues dos Santos , Renata Dellalibera Joviliano

Author(s)

  • Maria Fernanda Rodrigues dos Santos
  • Renata Dellalibera Joviliano