Análise comparativa de hipnóticos-z e benzodiazepínicos para insônia

Autores

  • Letícia D'Agostino Lehfeld
  • Camila Tavares Valadares da Silva

Palavras-chave:

Hipnóticos, Drogas-Z, Zolpidem, Eszopiclona, Memória

Resumo

A população brasileira possui incidência de 72% para distúrbios de sono, sendo o principal deles a insônia, ademais, o uso de hipnóticos-z aumentou em 73% entre os brasileiros nos anos de 2019 a 2021. A partir disso, este estudo traz como objetivo uma revisão bibliográfica sobre o uso de hipnóticos-z, como zolpidem e eszopiclona, e suas repercussões comparadas com os benzodiazepínicos. Como metodologia, foram utilizados artigos científicos do SciELO, Revista Neurociências, Revista Brasileira de Psiquiatria e Revista Brasileira de Neurologia catalogados nos últimos anos. Como resultado, foi verificado que o uso de benzodiazepínicos representa alto risco para a consolidação da memória quando comparados com os hipnóticos-z, além de serem menos seguros para população idosa e com maior risco de dependência química. A nova geração de hipnóticos atua sobre os receptores de GABA-A, amplificando sua ação e causando uma inibição sináptica rápida com hiperpolarização da membrana celular. Ou seja, causa um efeito relaxante sobre o sistema nervoso central, diminuindo a latência para início do sono sem alterar o sono REM, fase relacionada com a consolidação da memória. Nos benzodiazepínicos, além da alta tendência para dependência, ocorre aumento da fase N2 do sono N-REM e diminuição da densidade do sono REM. Foram relatados casos de amnésia anterógrada, retardo motor-cognitivo, sonolência diurna e desenvolvimento de tolerância. Em análise de dados da Pesquisa Nacional de Acesso, Utilização e Promoção do Uso Racional de Medicamentos (PNAUM 2022), foi relatado prevalência de 9,3% de uso de benzodiazepínicos em idosos, mesmo com efeitos colaterais de sedação, confusão mental, dependência e síndrome de ausência. Conclui-se que o uso de hipnóticos-z, especialmente a longo prazo, é mais seguro devido ao seu alto grau de seletividade pela subunidade alfa do receptor gabaérgico, principalmente quando comparado aos benzodiazepínicos, sendo considerados a substituição mais adequada entre os hipnóticos.

DOI: 10.56238/IIICongressMedicalNursing-006

Publicado

2024-08-27