Análise epidemiológica dos acidentes provocados por animais peçonhentos no nordeste do Brasil entre 2019 e 2023
Palabras clave:
Animais Peçonhentos, Envenenamento, EpidemiologiaResumen
INTRODUÇÃO: Acidentes por animais peçonhentos estão entre os principais problemas de saúde pública nos países tropicais, onde o clima é mais propício para abriga-los. Em todo o território nacional, o montante de acidentes por animais peçonhentos cresce cada vez mais. Isso acontece, principalmente, em virtude dos desequilíbrios ecológicos gerados pelo desmatamento e alterações climáticas produzidas anualmente, tais fatos, somados ao desordenado crescimento urbano, produzem a sobreposição do uso do espaço ocupado do homem por esses animais que vão as cidades buscar abrigos e alimentos. OBJETIVOS: O presente trabalho objetiva descrever e analisar o perfil epidemiológico dos acidentes por animais peçonhentos em toda a região nordeste. METODOLOGIA: O estudo realizado é uma pesquisa retrospectiva de caráter quantitativo, fundamentada em um estudo epidemiológico ecológico. Os dados analisados referem-se a acidentes com animais peçonhentos ocorridos entre janeiro de 2019 e dezembro de 2023. As informações sobre o perfil epidemiológico das vítimas foram obtidas através do Sistema de Informações e Agravos de Notificação (SINAN), disponibilizado pelo Ministério da Saúde e gerido pelo Departamento de Informática do SUS (DATASUS). Foram avaliadas variáveis como faixa etária, região do corpo afetada pelo acidente, sexo, gênero dos animais peçonhentos, evolução dos casos e a administração de soroterapia. RESULTADOS E DISCUSSÃO: No período de 2019 a 2023 foram notificados 497.748 casos de acidentes envolvendo animais peçonhentos na região Nordeste do Brasil. O maior número de notificações ocorreu no ano de 2023 (n=114372), seguido de 2022 (n=103255), 2019(101973), 2021 (n=90089) e 2020 (n=88059). Atribuindo a denominação de "jovem" para a população com idade inferior a 20 anos, "adulto" para aqueles entre 20 e 59 anos e "idoso" para indivíduos com 60 anos ou mais, observa-se que a maioria dos casos de acidentes com peçonhentos envolveu a faixa etária adulta (n=290.700), seguida pela faixa jovem (n=139.224) e, por último, pelos idosos (n=69.368). Em relação ao sexo das vítimas, foram registrados 249.902 casos de indivíduos do sexo masculino e 247.846 do sexo feminino. Dentre essas vítimas, 50.296 receberam tratamento de suporte com soroterapia para neutralizar o veneno. CONCLUSÃO: Portanto, para enfrentar os desafios associados aos acidentes com animais peçonhentos, é essencial aprimorar a coleta e análise de dados, adaptar as estratégias de tratamento às necessidades regionais específicas e promover campanhas educativas focadas na prevenção e redução de riscos. Essas ações devem considerar as particularidades locais e as dinâmicas populacionais, a fim de proteger eficazmente a saúde pública e reduzir a incidência de acidentes.