Perfil da Leishmaniose visceral em Pernambuco: uma investigação epidemiológica
Abstract
Introdução: A Leishmaniose é uma enfermidade infecciosa, não contagiosa, transmitida por flebotomíneos fêmeas ao contaminar-se com protozoário pertencente ao gênero Leishmania, ao picar animais contaminados, tornam-se vetores dessa infecção. Existem dois tipos de Leishmaniose, a Visceral ou Calazar (LV), e a Cutânea ou Tegumentar (LC). A LC o parasita afeta o revestimento do tecido epitelial, embora, por via hematogênica, possa lesar regiões de mucosa, como a do trato respiratório superior. Além disso, suas manifestações clínicas podem ser classificadas como: localizadas, disseminadas, difusas ou mucocutâneas. Já na LV o quadro clínico pode ser assintomático ou ter casos sistêmicos graves associados a febre alta, astenia, perda de peso, anemia, hepatoesplenomegalia. Objetivo: Proporcionar uma visão de caráter exploratório e descritivo sobre os casos de Leishmaniose no estado de Pernambuco entre os anos de 2018 a 2022. Metodologia: Estudo epidemiológico, descritivo, retrospectivo, realizado por meio do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), referentes aos casos notificados de Leishmaniose Visceral no estado de Pernambuco. As variáveis foram sexo, faixa etária, escolaridade, raça/cor, tipo de entrada no serviço, evolução do caso e o ano de notificação, no período de 2018 a 2022, juntamente com a literatura das bases de dados PUBMED e Bliblioteca Virtual da Saúde. Resultados e Discussão: Foram registrados 701 casos de Leishmaniose Visceral em Pernambuco de 2018 a 2022. Notou-se que o ano de 2018 ocorreu maior incidência (27,25%), em contrapartida o ano de 2021 obteve menor incidência 13,84%, Nesse sentido, ao comparar, é perceptível uma redução ao longo do tempo de 13,41% com relação a incidência. No que desrespeita às macrorregiões, a mais prevalente é a região Metropolitana (34,24%), e a menor incidência na região sertão (13,27%). Ademais, também, há predomínio das notificações entre pessoas do sexo masculino (63,77%) em relação ao sexo feminino (31,95%); entre pessoas com Ensino Fundamental incompleto e Ensino Fundamental completo (35,23%); na faixa etária de 40 a 59 anos (27,96%); na perspectiva etnica, a parda teve uma maior prevalência (74,185). Conclusão: Por meio dessa análise abrangente dos casos notificados de Leishmaniose Visceral em Pernambuco entre 2018 e 2022, foi observado um perfil prevalente de padrão consistente: indivíduos do sexo masculino, com menos de 10 anos, raça Parda, educação ignorada/branca, residentes na região metropolitana, com novos casos de infecção e subsequente cura. Ao integrar essas informações, fortalece-se a compreensão do cenário da LV em Pernambuco, que enfatiza a necessidade de estratégias específicas e personalizadas de intervenções futuras, visando reduzir a incidência e melhoria dos desfechos para aqueles afetados por esta doença.