A neuropsicologia na ação alfabetizadora proposta pelo método Paulo Freire

Resumo

O presente artigo foi proposto com o objetivo de avaliar, por meio dos constructos neuropsicológicos, processos cognitivos e estratégias que corroboram para a eficácia do método Paulo Freire, sendo há uma inquietação em relação ao número de alunos ingressos no programa educacional que desistiram do seu processo de escolarização, visto que o método de Paulo Feire está disponível para intervir e diminuir os índices do contingente de analfabetos. O método foi elaborado para alfabetizar e/ou facilitar a leitura e escrita de jovens e adultos. A metodologia consiste na correlação entre os conceitos neuropsicológicos junto ao método Paulo Freire para verificar o motivo de sua eficácia por meio de uma revisão de literatura de autores como: Abramovay (2015), Catânia (1999), Eysenck (2017), Mendonça (2007), Paulo Freire (1967), perpassando pela prática dos autores deste trabalho, com objetivo de compreender e elucidar os processos cognitivos e as estratégias que favoreceram o sucesso do método de Paulo na ação alfabetizadora de adultos, com intensão de contribuir na composição de materiais formativos para professores alfabetizadores da Educação de Jovens e Adultos (EJA). Portanto foram descritos: o método sociolinguístico de Paulo Freire, a explicação neuropsicológica da aprendizagem contida no método e a importância destas contribuições para a formação continuada dos professores alfabetizadores da EJA. O método de Paulo Freire privilegia o sistema mnemônico para que alunos possam ser alfabetizados com mais rapidez e fluidez e tem em sua essência fazer do aprendiz um ser atuante e participativo na construção do seu próprio saber, integrando “aprender como fazer algo” com que “já sabe fazer”. Promove conhecimento “sobre o que já sabe fazer” compondo um conhecimento continum na informação nova, tanto no que tange “sobre o que fazer”, quanto no “fazer”, assim tece numa rede de significados práticos para o saber. Muitos aprendizes sabem “fazer algo”, mas precisam “aprender sobre algo que fazem”. A busca pela PG já conhecida no som e no seu significado, deixa a memória icônica e ecoica livres de estímulos concorrentes contribuído na decodificação presente no método, conjuntamente traz a vizinhança fonológica e ortográfica que também privilegiam a memorização; consequentemente facilita a leitura e domínio gráfico da escrita da língua materna sem sobrecarregar o sistema atencional assim amplia a capacidade de aprendizagem do estudante. A tarefa de encontrar a PG nos jornais, revistas, letras de música, rótulos e poemas pelos aprendizes, faz com que a ela promova um processo exploratório que ativa a estrutura do esboço visuoespacial, tanto no Cache Visual, quanto no Inner Scribe. Desta forma, potencializa-se a capacidade mnemônica numa interação com a capacidade associativa produzida pelo executivo central. O alto nível de recordação imediata de sentenças está substancialmente além da capacidade da alça fonológica, porém, pode ser explicado pela capacidade proposta de quatro chunks do buffer episódico que é ativado quando o método apresenta em forma de sentença dentro do contexto em frases, proporcionando um aumento da capacidade mnemônica do aprendiz, saindo de 4 para 16 unidades recordadas, o que favorece a aprendizagem.

DOI:https://doi.org/10.56238/sevened2024.009-042