Resumo
Introdução: O câncer de pulmão configura-se como a principal causa de morte por doença maligna no mundo e a OMS estima que a taxa de aparecimento de novos casos tende a aumentar, especialmente pelo aumento do consumo de tabaco. Em geral, pacientes com câncer de pulmão em estágio inicial são assintomáticos ou oligossintomáticos, e por esse motivo a maioria das neoplasias pulmonares são diagnosticadas já em estágios avançados. Sabe-se que o diagnóstico precoce é fator preditivo de melhor prognóstico e eficácia no tratamento. Objetivo: Levantar diagnósticos de câncer de pulmão em broncoscopias realizadas no ano de 2019 e relacionar ao grau de estadiamento das neoplasias. Método: Estudo retrospectivo, transversal e observacional realizado através da coleta de dados de prontuários de 226 exames de fibrobroncoscopias com biópsia transbrônquica realizadas no ano de 2019. Foram levantados os laudos das tomografias de tórax dos exames positivos para malignidade e classificados quanto ao grau de estadiamento ao momento do diagnóstico. Foram excluídos do estudo os pacientes cujo prontuário faltava informações sobre tipo histológico ou não possuíam dados suficientes para classificação no laudo da tomografia de tórax. Resultados: Dos 129 pacientes com diagnóstico de câncer, observou-se 73 homens e 56 mulheres (proporção 1,3:1, respectivamente). A média de idade geral dos pacientes ao diagnóstico foi de 64,8 anos. Em relação aos tumores não pequenas células, 72,9% do total apresentou estágio avançado inoperável no momento do diagnóstico (IIIB-IV), em comparação a estágios iniciais (IA-IIIA) Conclusão: A maioria dos pacientes portadores de câncer de pulmão tiveram seu diagnóstico estabelecido já em estágio avançado e inoperável (estágios IIIB-IV). No entanto, mesmo com diretrizes bem estabelecidas e atualizadas para rastreio das neoplasias pulmonares, o diagnóstico precoce ainda é um desafio para promover tratamentos com maior expectativa de cura.
DOI: https://doi.org/10.56238/sevened2024.041-026