Resumo
A hipercetonemia é a doença metabólica de maior prevalência no período de transição das vacas produtivas. É caracterizada pelo aumento de corpos cetônicos nos tecidos e fluidos corporais, além de alterações nos perfis metabólico e de expressão de citocinas, podendo resultar em perdas econômicas significativas e danos à saúde animal. Objetivo: Realizar uma revisão da literatura abordando os principais aspectos relacionados à hipercetonemia, com destaque nas alterações do perfil metabólico e na expressão das citocinas IL-1β e TNF-α durante o período de transição. Metodologia: A revisão fundamentou-se em artigos encontrados nas bases de dados, publicados entre 1972 e 2024, utilizando termos específicos como “hipercetonemia”, “período de transição” e “perfil metabólico”. Revisão bibliográfica: A hipercetonemia desenvolve-se em resposta ao balanço energético negativo, quando a demanda energética supera a ingestão alimentar, levando à mobilização das reservas corporais e ao aumento dos ácidos graxos não esterificados (AGNEs) no sangue. Esses ácidos graxos são metabolizados no fígado, favorecendo a cetogênese e resultando em transtornos metabólicos. O perfil metabólico é uma ferramenta essencial para avaliar a saúde metabólica do rebanho, permitindo a identificação de alterações em parâmetros bioquímicos, como glicose, AGNEs, proteínas e hormônios. Esse monitoramento revela a relação entre o metabolismo e as respostas inflamatórias, sendo crucial para a detecção precoce de distúrbios. As citocinas IL-1β e TNF-α, liberadas durante processos inflamatórios, desempenham papel essencial no período de transição das vacas leiteiras, contribuindo para a amplificação da resposta inflamatória associada à hipercetonemia. Conclusão: A detecção precoce por meio de biomarcadores, como β-hidroxibutirato e AGNEs, é fundamental para prevenir a hipercetonemia. Alterações inflamatórias, como a elevação de IL-1β e TNF-α, reforçam a importância de estratégias integradas de manejo nutricional, genético e imunológico, visando minimizar prejuízos à saúde animal e reduzir as perdas econômicas.
DOI: https://doi.org/10.56238/sevened2024.037-100