Resumo
O veneno de abelha (VB), produzido pela espécie Apis mellifera, é uma das toxinas naturais mais reconhecidas e amplamente estudadas, com uso crescente na medicina integrativa. Esse veneno contém uma variedade de substâncias químicas, incluindo peptídeos como melitina, apamina, adolapina e o peptídeo MCD, além de enzimas como fosfolipase A2 (PLA2), hialuronidase, fosfomonoesterase ácida e lisofosfolipase. Também estão presentes aminas, como histamina, dopamina e norepinefrina, que contribuem para as propriedades antimicrobianas, anti-inflamatórias, imunomoduladoras e anticâncer. Estudos sugerem que ele possui efeitos farmacológicos promissores, especialmente no tratamento de inflamações. OBJETIVO: Este estudo visa investigar os efeitos terapêuticos do veneno de abelha no tratamento de inflamações dermatológicas, explorando seu potencial como alternativa natural com propriedades anti-inflamatórias comprovadas. METODOLOGIA: Realizou-se uma revisão sistemática da literatura, com foco em artigos primários e resultados de ensaios clínicos randomizados (ECR) realizados in vivo e in vitro, publicados entre 2014 e 2024. RESULTADOS: Em modelos com dermatite atópica (DA) induzida como camundongos, a fosfolipase A2 (PLA2), um composto derivado do VB, demonstrou reduzir significativamente a espessura da pele e os níveis de citocinas inflamatórias, tanto em modelos animais quanto humanos, destacando a importância de confirmar sua aplicabilidade clínica. Com isso, as terapias podem incluir desde a aplicação tópica do VB até o uso de emolientes e cosméticos com esses compostos, baseados em suas propriedades farmacológicas. CONCLUSÃO: Esta revisão evidenciou o potencial do veneno de abelha como alternativa promissora no tratamento de inflamações dermatológicas, devido às suas propriedades anti-inflamatórias e imunomoduladoras. Os estudos em modelos animais e in vitro sugerem que compostos como melitina e fosfolipase A2 (PLA2) inibem mediadores inflamatórios e aliviam sintomas de dermatite atópica e acne. Além disso, pesquisas indicam que o VB pode bloquear vias de sinalização inflamatória, como NF-κB e MAPK, reforçando seu potencial terapêutico no manejo de inflamações cutâneas, especialmente em aplicações tópicas.
DOI:https://doi.org/10.56238/sevened2024.037-011