Resumo
Descrevem-se os aspectos epidemiológicos, clínicos e patológicos da dermatofilose em ovinos no Sertão da Paraíba, Nordeste do Brasil. De 2003 a 2023, foram diagnosticados 7 casos de dermatofilose em ovinos no Laboratório de Patologia Animal da Universidade Federal de Campina Grande. Dos animais acometidos, quatro eram fêmeas e três machos. A maioria dos animais eram adultos, sendo quatro mestiços e três da raça Santa Inês. A doença foi mais frequentemente diagnosticada no mês de abril, seguido dos meses de junho e novembro. Todos os animais eram provenientes de municípios pertencentes à região do Sertão da Paraíba. Clinicamente os animais apresentavam áreas multifocais a coalescentes de alopecia, localizadas em ordem decrescente de frequência, na cabeça, dorso, pescoço, pavilhões auriculares e membros. Em dois animais as lesões eram generalizadas. Macroscopicamente as lesões cutâneas prevalentes caracterizavam-se por espessamento da pele por crostas levemente úmidas que formavam placas branco-acinzentadas. Histologicamente, observou-se áreas multifocais a coalescentes de hiperplasia da epiderme (acantose), associada à acentuada hiperceratose paraceratótica e/ou ortoceratótica. Em meio à epiderme e entre as lamelas de queratina, observaram-se áreas multifocais de moderado infiltrado neutrofílico associado a restos celulares (pústulas intraepidérmicas e crostas serocelulares respectivamente) e numerosas estruturas filamentosas, segmentadas e basofílicas, compatíveis com D. congolensis. O diagnóstico foi estabelecido através dos achados epidemiológicos, clínicos e anatomopatológicos. A doença ocorre de forma esporádica em ovinos no Sertão da Paraíba, acometendo animais adultos, de ambos os sexos, e caracterizando-se por lesões cutâneas alopécicas e crostosas.
DOI:https://doi.org/10.56238/sevened2024.023-019