Resumo
O mel é um alimento valioso, mas sua qualidade pode ser comprometida por adulterações. A legislação brasileira define parâmetros de qualidade para o mel, incluindo sua composição química e características físico-químicas. O objetivo deste trabalho é verificar se méis comercializados, sem registro de inspeção, nos municípios de Itapira e Mogi Guaçu atendem a esses padrões legais, com o propósito de avaliar a qualidade e autenticidade do produto. Neste estudo, foram coletadas 10 amostras de méis, sem etiquetagem, provenientes dos municípios de Itapira-SP e Mogi Guaçu- SP. Realizaram-se análises físico-químicas abrangendo açúcares redutores, umidade, sólidos solúveis, cinzas, sacarose aparente, pH, acidez e cor, além dos testes de adulteração, reação de Lugol, Lund e Fiehe sendo que todas as análises foram realizadas em triplicata. As metodologias adotadas seguiram as recomendações do Instituto Adolfo Lutz. Os resultados foram submetidos a análises estatísticas com ANOVA/teste Tukey, considerando um nível de significância de 5%. Os principais resultados revelaram que uma das amostras continha açúcares redutores abaixo do limite para o mel floral, sugerindo adulteração. Para umidade algumas amostras excederam o limite aceitável, o que afeta a qualidade e durabilidade do mel. Os resutados obdtidos de sólidos solúveis estão de acordo com trabalhos encontrados na literatura. Não foram encontradas impurezas minerais na anlálise de teor de cinzas. Alguns méis apresentaram altos teores de sacarose aparente e acidez, suscitando preocupações sobre adulteração e impacto no sabor e qualidade. Houve variação no teor de acidez das amostras, mas este se manteve na faixa típica para méis. Além disso, as análises dos parâmetros colorimétricos revelaram variações significativas nos componentes L*, a* e b*, para todas as amostras. Para os testes de adulterações, na reação de Lugol, apenas 40% das amostras apresentaram resultados negativos, sugerindo alto nível de adulteração por amido ou dextrinas. Quanto à reação de Lund, somente 30% das amostras revelaram precipitado proteico dentro da faixa esperada, indicando que 70% das amostras podem ter sido adulteradas por adição de água ou outro diluidor. Na reação de Fiehe, 70% das amostras demonstraram resultados positivos, indicando adulteração por adição de xaropes de açúcar ou superaquecimento do mel. Por meio dos resultados obtidos concluiu-se que a conformidade com os padrões legais varia consideravelmente entre as amostras.
DOI:https://doi.org/10.56238/sevened2024.004-026