Resumo
Investigações sobre a sanidade e a inter-relação homem-animal-meio ambiente possibilitam o registro de agentes etiológicos de caráter zoonótico, como é o caso dos arbovírus e, em relação aos primatas não-humanos (PNH), a Amazônia se destaca por possuir uma rica diversidade desses animais que podem ser hospedeiros em potencial para arbovírus. Nesse aspecto, o trabalho objetivou avaliar a ocorrência de arboviroses em PNH cativos no Estado do Pará. Para tanto, foram utilizadas amostras de sangue de 43 espécimes oriundos de duas instituições mantenedoras no Estado do Pará. Os soros foram analisados no Laboratório de Arbovirologia e Febres Hemorrágicas do Instituto Evandro Chagas, Estado do Pará. Foi usado o teste de Inibição de Hemaglutinação e teste de neutralização. Das análises, 25 (58,14%) apresentaram positivos para um ou mais dos 19 arbovírus testados, sendo 68% (17/25) fêmeas e 32% (8/25) machos. Aos resultados, 71,43% (20/28) dos animais que compartilhavam o mesmo recinto, e 33,33% (5/15) dos que habitavam na quarentena foram positivos. Também, das 25 amostras soropositivas para arbovírus, 20 (80%) tiveram reações monotípicas e 12 (48%) heterotípicas para Flavivírus. Apenas uma amostra apresentou titulação ≥ 1280 para arbovírus Oropouche, sendo submetida ao teste de neutralização, cujo resultado do Índice de Logarítmico de ≥ 1,9 sendo considerada positiva, sugerindo que tal primata apresenta uma infecção recente. A presença de anticorpos para os principais arbovirus de ocorrência na Amazônia em PNH, devido à expressão da imunidade, sugere que tais animais foram infectados pelos vírus em alguma fase de vida, podendo manter um ciclo enzoótico.
DOI:https://doi.org/10.56238/sevened2024.007-036