Resumo
A OMS estima que cerca de 1,13 bilhão de pessoas no mundo tenham Hipertensão Arterial (HA), e esse número pode chegar a 1,56 bilhão em 2025, sendo considerada a maior causa de morte prematura mundialmente. O sistema renina angiotensina aldosterona é uma das vias mais importantes na patogênese e tratamento da hipertensão. Nesse sentido, a investigação de fatores genéticos relacionados à enzima conversora de angiotensina (ECA) é de fundamental importância para o esclarecimento dos fatores que contribuem para a hipertensão. Os objetivos desse trabalho foram realizar o levantamento da frequência alélica da enzima conversora de angiotensina I (ECA) em indivíduos normais e hipertensos e relacionar os hábitos de vida dos participantes da pesquisa com o polimorfismo da ECA. O trabalho foi realizado em três etapas sendo: 1) uma meta-análise de artigos publicados ente 2011 e 2021; 2) a análise do polimorfismo do gene ECA por PCR-RFLP; 3) levantamento da qualidade de vida dos participantes da pesquisa por meio da aplicação de um questionário aplicado a 68 participantes da pesquisa. A meta-análise demonstrou que o genótipo DD mostrou-se um importante contribuinte para a suscetibilidade da prevalência de casos de hipertensão nos estudos analisados, enquanto os genótipos ID e II apresentam-se em maior frequência no grupo controle. A análise do polimorfismo do gene ECA determinado pela técnica de PCR-RFLP identificou que a distribuição dos genótipos foi: DD (49%), ID (36%) e II (15%), não apresentando diferença significativa na distribuição (p<0,05). A frequência alélica observada para a variante alélica D foi de 0,67 e para a variante I foi de 0,33. A análise do questionário de qualidade de vida demonstrou que os pais dos participantes da pesquisa, em sua maioria, não apresentavam histórico de pressão arterial, o que pode ser um item importante para proteção cardiovascular dos participantes da pesquisa. Além disso, a conduta dos participantes da pesquisa não se mostra de risco, ou seja, parte importante dessa população não tem aderência ao alcoolismo e tabagismo, fatores importantes para uma elevação dos riscos cardiovasculares. Ainda, na análise do questionário, observou-se que a maioria dos participantes da pesquisa possui IMC dentro do perfil de normalidade, uma vez que, a condição de obesidade é um fator chave para a evolução da elevação dos riscos à saúde cardiovascular do indivíduo. Dessa forma, observa-se que a população amostrada poderia ser usada como um grupo controle para futuros estudos comparativos com outras populações previamente selecionadas para estudo de riscos cardiovasculares.
DOI:https://doi.org/10.56238/cienciasaudeestuepesv1-006