Resumo
O Estado do Paraná destaca-se por ser responsável por mais de 20% da produção nacional de grãos. A agricultura paranaense utiliza intensamente os insumos disponíveis no comércio, sendo o terceiro maior consumidor nacional de agrotóxicos. No atual modelo agrícola, a aplicação de agrotóxicos é obrigatória para a obtenção de bons índices de produtividade, colocando em risco a saúde humana e demais espécies, impactando negativamente o meio ambiente. Os distribuidores e vendedores de agrotóxicos no geral estão muito mais preocupados com as cotas de vendas do que com a segurança. Neste modelo hegemônico de agricultura domina a dimensão econômica (lucro e poder), destruindo as dimensões ecológicas, política, social, ética, cultural dentre outras. O alimento está se transformando em mercadoria (um produto industrial) cada vez mais concentrado e determinado por poucas empresas transacionais. A alimentação está sendo dominada pela lógica privada do capital, criando um cenário produtor de doenças e de desigualdades econômicas e sociais. O estado brasileiro está perdendo a Segurança Alimentar e Nutricional e o Direitos Humanos à alimentação adequada, comprometendo toda a saúde pública e a garantia dos direitos humanos, fruto do capitalismo, o campo imposto pela Revolução Verde. Os agricultores de modo geral possuem baixo nível educacional e carência de informações sobre os impactos negativos da Revolução Verde. Dessa forma, é urgente políticas públicas que façam o enfrentamento de todos esses problemas descritos acima, e que promovam uma reflexão crítica sobre os caminhos a serem seguidos em direção a uma agricultura sustentável, preservando o meio ambiente para esta geração e para as gerações futuras, pois o contrário anteciparemos a sexta extinção em massa no planeta Terra. A revisão aponta, ainda, para a possibilidade de correlação entre uso de agrotóxicos, de materiais transgênicos e doenças em humanos no Paraná, com destaque especial para alguns tipos de cânceres, possibilidade que precisa ser discutida e receber atenção especial da pesquisa.
DOI:https://doi.org/10.56238/ciesaudesv1-101