Resumen
A fitoterapia é presente no cotidiano da humanidade desde o surgimento da humanidade, contando com diversas espécies de plantas medicinais que são utilizadas para diversos fins. Contudo, a fitoterapia voltada para a veterinária ainda é pouco explorada, cuja base para tratamentos muitas vezes é a transferência do conhecimento aplicado a humanos para os animais. As plantas do gênero Cannabis são conhecidas pela riqueza de compostos canabinóides, que de alguns anos para cá vêm sendo explorados pelas propriedades terapêuticas e medicinais. O uso de Cannabis em tratamento para animais é um assunto extremamente recente, tendo em vista a polêmica opinião pública sobre as plantas desse gênero. Porém, estudos tem revelado receptores específicos para compostos canabinóides em diversos grupos animais, desde pequenos invertebrados a grandes mamíferos, sugerindo que o uso terapêutico da Cannabis pode ser aplicado a tratamentos veterinários. Os compostos mais marcantes citados em estudos voltados para tratamentos com Cannabis são o Canabidiol (CBD) e o Tetrahidrocanabinol (THC), contudo estão presentes mais de 100 compostos canabinóides que interagem com os receptores cerebrais e podem ser explorados em pesquisas, como o Canabinol e o Canabigerol. Tais receptores encontram-se principalmente no sistema nervoso central em vertebrados e estão relacionados com a regulação e manutenção da homeostase. O presente capítulo discorre sobre a composição química, bem como os processos de extração e purificação, interação de compostos canabinóides com receptores endógenos do SNC e formulações farmacêuticas a base de Cannabis, buscando contribuir com um apanhado de informações atuais sobre o uso dessa polêmica planta em tratamentos fitoterápicos para uso veterinário.
DOI: https://doi.org/10.56238/sevened2024.037-122