Resumen
Diferentes estudos, desenvolvidos ao longo dos anos, têm demonstrado que o aumento das atividades humanas sobre o solo pode influenciar na liberação de gases relacionados ao aumento do efeito estufa. Neste sentido, o uso de métodos que avaliam a evolução de C-CO2 tem sido considerado como importantes indicadores para detectar alterações do ambiente, uma vez que podem ser influenciados pela cultura e seu sistema de cultivo em decorrência de impactos ocorridos na atividade microbiana. O objetivo desse trabalho foi avaliar a liberação de C-CO2 de solos submetidos a diferentes ecossistemas. Foram realizados ensaios de laboratório onde amostras de solos, submetidos a cinco diferentes ecossistemas, foram coletadas em três períodos distintos ao longo do ano nos municípios de Brasiléia e Epitaciolândia, região do Alto Acre, no estado do Acre sendo, na sequência, incubadas. Posteriormente, foi avaliada a evolução de C-CO2, sendo as leituras realizadas, periodicamente, até o 500 dia de incubação das amostras. Os dados foram analisados buscando-se avaliar o efeito das diferentes espécies vegetais sobre a evolução de C-CO2. Com relação a coleta realizada no mês de abril, não houve diferença na evolução de C-CO2 entre as áreas. Contudo, no mês de junho, que compreende o período de início da transição entre a estação chuvosa para a seca, e no mês de agosto, estação seca, observou-se que na área de mata nativa ocorreram os maiores valores de fluxo de C-CO2, diferindo estatisticamente de outras áreas dentro desses meses de coleta. Entre as épocas de coleta, apenas na área de sistema agroflorestal não foram registradas diferenças significativas na evolução de C-CO2. Os maiores valores acumulados de C-CO2 foram registrados na seguinte sequência: mata nativa > sistema agroflorestal > área com mandioca > pastagem cultivada > área com banana. Conclui-se que as áreas que apresentam um maior aporte de material vegetal ao solo, podem servir de estímulo ao desenvolvimento de micro-organismos que, consequentemente, aumentam o fluxo de CO2, em especial até o início da estação seca e que, a ausência de umidade influencia negativamente na emissão de C-CO2, ocasionando em diferenças significativas sobre a quantidade de liberação de C-CO2 entre as áreas de estudo na mesma época de avaliação.
DOI:https://doi.org/10.56238/sevened2024.037-036