Resumen
Alguns estudos sobre relações de amizade de imigrantes apontam que essas exercem um papel relevante no complexo processo de adaptação do imigrante ao novo país. Por isso, o objetivo desse estudo foi analisar o papel das novas amizades com compatriotas, nativos ou outros estrangeiros para a adaptação de imigrantes latino-americanos ao país atual. Participaram da pesquisa 40 imigrantes, divididos entre quatro grupos: A) 20 latino-americanos que residiam no Brasil; B) três brasileiros que residiam em outro país da América Latina; C) 12 brasileiros que residiam na Espanha; e D) cinco brasileiros que residiam em Portugal. O instrumento utilizado foi um questionário com perguntas abertas, enviado e recebido por e-mail, o que produziu relatos escritos, os quais passaram por análise qualitativa de conteúdo. Os principais resultados revelaram que os amigos de seu próprio país ou de outros países são fundamentais para a adaptação ao novo país, para suprir a falta de sua cultura, aumentar a sensação de pertencimento, dar apoio emocional e amenizar a solidão. Para a maioria dos participantes os amigos não substituem as relações com familiares do país de origem, mas preenchem o vazio deixado pela família. A grande maioria dos participantes sentiu alguma necessidade social como acolhimento, ajustamento ou adaptação à nova cultura. Por fim, em paralelo aos amigos, o caminho mais sugerido pelos participantes dos quatro grupos para uma melhor adaptação e ajustamento do emigrante a novas culturas foi a aproximação ou a abertura à nova cultura.
DOI:https://doi.org/10.56238/sevened2024.031-042