Outros percursos de Clio: As representações de cidades piauienses na obra Caatingas e Chapadões, de Francisco de Assis Iglésias (1912-1919)

Resumen

Este trabalho tem o objetivo principal de compreender as representações das cidades piauienses nos anos de 1912-1919 descritas por Francisco de Assis Iglésias em sua obra “Caatingas e Chapadões”, de 1953. Dessa forma, alguns objetivos específicos são pertinentes para a pesquisa, como: discutir sobre os traços (auto) biográficos e memorialísticos do escritor na sua narrativa; inferir acerca das relações entre as noções de espaço e espacialidades, tempo e temporalidades na obra do escritor; analisar a narrativa do livro Caatinga e Chapadões em suas aproximações e distanciamentos entre História, Memória e Literatura. Logo, como arcabouço metodológico, a obra é analisada junto a leituras teórico-metodológicas sobre os principais eixos de inferência, literatura, memória e cidade essenciais para exploração satisfatória da pesquisa. Para o aprofundamento desses ramos acadêmicos faz-se necessário a leitura de autores como, Marc Bloch(1997), Euclides da Cunha(1984)Peter Burke(1992), Raymond Williams (1989), Ítalo Calvino (2003), Pedro Pio Fontineles Filho(2008) Teresinha Queiroz(1994) Erisvaldo Fagundes(2015)e Durval Muniz(2018), Alinhada aos autores, a pesquisa também utiliza relatórios governamentais do Piauí dos anos de 1912-1919 dos politicos Miguel de Paiva(1913-1915) e Euriclides Clementino(1917-1918)para contrapor a visão do autor, visto que o seu livro é a principal fonte desta pesquisa. Nesse ínterim, a consideração prévia pontua que a pesquisa reconstrói os espaços percorridos por Iglésias, apresentando as condições presentes na época que compõem as cidades e a cultura piauiense. A memória desses cenários percorridos preserva seus estranhamentos e representações em relação às paisagens de cidades como Teresina, Parnaíba, Uruçuí e Floriano. Então, “Caatingas e Chapadões” constitui um lugar de memória, uma fonte rica para a pesquisa histórica, que traz uma narrativa romanceada, que transcende o teor técnico de um engenheiro agrônomo, pois, tem como plano de fundo o urbano, o  rural, as culturas e questões políticas presentes no início do Século XX.

DOI:https://doi.org/10.56238/sevened2024.007-090