Resumen
O ameloblastoma é uma lesão de natureza particularmente agressiva e potencialmente destrutiva, necessitando de protocolo adequado e minucioso. Paciente do sexo feminino, 27 anos, sem comorbidades, compareceu ao Hospital do Câncer do Maranhão devido a lesão em mandíbula. A paciente relatava queixa de sintomatologia dolorosa em região anterior de mandíbula há 1 ano, com assimetria facial e desconforto estético e funcional. Ao exame clínico notou-se aumento de volume em região de sínfise mandibular, duro à palpação, não sangrante e de mucosa sem alteração de cor e forma. Solicitou-se exame radiográfico panorâmico e tomografia de face, observando-se imagem sugestiva de lesão intraóssea multilocular de grandes extensões, com bordas delimitadas, estendendo-se da região do dente 41 até o 46, com reabsorção de raízes dentais e expansão de cortical. Definiu-se como procedimento ideal para tratamento a enucleação da lesão e envio para análise histopatológica. Foi feita a cirurgia, com retirada de todo seu conteúdo, inclusive a cápsula. A paciente permaneceu internada por 3 dias para antibioticoterapia e observação pós-operatória. Foi utilizado um dispositivo que permitiu a comunicação entre a cavidade obtida após a cirurgia e o meio bucal, possibilitando irrigação com clorexidina diariamente pela paciente e a cada 15 dias em centro cirúrgico. Continuou-se o acompanhamento com retornos periódicos, sem recidiva da lesão e com regeneração tecidual satisfatória de acordo com a intervenção escolhida. O tratamento de lesões como o ameloblastoma requer uma abordagem estratégica e individualizada, onde a expertise do cirurgião-dentista é fundamental na tomada de decisões que propicie o sucesso do tratamento.
DOI: https://doi.org/10.56238/ciesaudesv1-001