Resumen
Introdução: Os prontos-socorros são estruturados para atender os casos graves de alta e média complexidade. Os hospitais atendem casos críticos, casos ditos de urgência, casos de atenção primária e especializada à saúde e casos de urgência social. Por comprometer o atendimento de urgência e emergência e os princípios do Sistema Único de Saúde Brasileiro-SUS, há a necessidade de observação de como os casos não urgentes podem ser inseridos efetivamente no atendimento dos prontos-socorros. Objetivos: Estudar o atendimento de urgência e emergência visando a regulação dos usuários classificados como não urgentes para as unidades de atenção primária à saúde, conhecer o perfil epidemiológico do usuário do serviço, analisar o diagnóstico a partir dos dados levantados e propor melhorias. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa aplicada, exploratória, documental, quantitativa e de abordagem cartográfica com 3.068 usuários de um pronto-socorro público municipal classificados como não urgentes, no período de janeiro de 2019 a novembro de 2021. Após a aprovação em Comitê de Ética em Pesquisa, foram coletados dados sobre o sexo, idade, dia e horário de atendimento, município e bairro de moradia e queixa ou situação apresentada, que foram organizados e analisados através da estatística descritiva e do sistema de informações geográficas, sendo o número de atendimentos maior no ano de 2019 do que no período de 2020-2021, durante a pandemia de Covid-19. Resultado: As características gerais da demanda são: homens, 30 a 41 anos, dia útil da semana, horário matutino, município a 14,3km de distância do Serviço, bairros do próprio município entre 2,9km a 4,7km com 60.000 a 100.000 habitantes e queixas traumatológicas. A demanda não regulada é maior e em média após 7,33 dias de queixa ou situação apresentada e oriunda de bairros com baixa cobertura de Estratégia de Saúde da Família. Conclusão: Há falta de estudos sobre o tema e de políticas públicas para minimizar aglomerados, atendimento de usuários classificados como não urgentes no pronto-socorro com vista à integração na atenção primária à saúde e de efetivação da rede de assistência à saúde dos casos críticos. O estudo propõe o pronto-socorro como primeira atenção comportando um núcleo multidisciplinar de profissionais de apoio às urgências e emergências para cooperar com a integralidade do atendimento à saúde entre outras propostas de melhorias.
DOI:https://doi.org/10.56238/ciênciasaudeestuepesv1-085