Abstract
O presente trabalho busca discutir a articulação entre trauma, memória e escrevivência, analisando as narrativas que compõem a obra Insubmissas Lágrimas de Mulheres, de Conceição Evaristo, a partir da perspectiva espiralar do tempo, discutida por Leda Maria Martins. Considerando o conceito de “escrevivência” de Conceição Evaristo, pelo qual se compreende a escrita das mulheres negras, em sua dupla condição de mulher e negra, a experiência traumática dos seus corpos surge como matéria a ser rememorada e reelaborada. A partir da categoria psicanalítica do trauma, consideramos o confronto e remodelação do tempo traumático, no ato de narrar, como recurso de construção poética e de insubmissão.
DOI:https://doi.org/10.56238/futuroeducpesqutrans-047