Abstract
Este artigo, apresenta reflexões em torno de um episódio de racismo, que serviu de inspiração para a elaboração do “projeto transdisciplinar: cidadania, diversidade cultural e meio ambiente. O projeto foi desenvolvido para o 1º ano do Ensino Fundamental, na Escola Municipal João Soares da Silva, situada em Senador Canedo – GO, mesma instituição a qual ocorreu o episódio de racismo. Este estudo, tem o intuito de interpretar se o projeto consegue abrir brechas e possibilidades, que alcançam a ruptura do racismo na convivência escolar, a partir de uma perspectiva decolonial. A problematização que sustenta este trabalho é: esse projeto alcançou essa ruptura decolonial? Foi possível ou não vislumbrar essas brechas? Quais os elementos que identificamos no projeto, que comprovam a perspectiva decolonial? A pesquisa é netnográfica em que são transcritas falas, imagens e observações colhidas no diário de campo. Para fazer a interlocução teórica, utilizou-se uma abordagem bibliográfica, tendo como referenciais: Cadilhe (2020); Freire (1987); Freire (1996); Hooks (2013); Lugones (2008); Mello, Barros e Sommerman (2002); Mendes (2022); Quijano (2010); Saitu (2022); Streck (2019); Soares e Stengel (2021). Foi realizada uma entrevista com um educador que atua no 1º ano do Ensino Fundamental na instituição supracitada, com intuito compreender através de seu relato acerca do projeto, as brechas e possibilidades que podem surgir por intermédio do pensamento decolonial. Diante do exposto, compreende-se que desde a infância as crianças devem ser mediadas em uma perspectiva que rompa com lógica colonial, para que episódios de racimo, sejam, a cada dia menos frequentes na escola e na sociedade. Neste sentido, é preciso um fazer pedagógico decolonial, que busca o enfrentamento das desigualdades, e a luta contra o preconceito, bem como o rompimento com a herança colonialista nas práticas pedagógicas.
DOI:https://doi.org/10.56238/futuroeducpesqutrans-048