Resumo
Um dos grandes problemas de saúde pública atualmente é o excesso de peso. A obesidade, já sabidamente encarada como um importante fator de risco para as mais diversas doenças crônicas não transmissíveis, as quais estão alocadas entre doenças endócrino-metabólicas, cardiovasculares e neoplasias¹. A Organização Mundial de Saúde divulgou em seu relatório mundial da obesidade de 2022 uma projeção na qual estima que até 2030 o mundo passará por uma epidemia de obesidade e o Brasil terá 7,7 milhões de crianças obesas, além de também estimar que cerca de 23% das crianças entre 5 e 9 anos e 18% dos adolescentes de 10 a 19 anos serão afetados por essa doença. Com relação às doenças cardiovasculares, a hipertensão arterial constitui-se também como um dos fatores de risco mais importante que induzem a esses quadros. Atualmente, com a obrigatoriedade da medida da PA a partir dos três anos de idade ou ainda mais cedo na presença de fatores de risco para a criança, observa-se a elevação dos níveis pressóricos na faixa etária pediátrica, levantando um sinal de alerta para a saúde global, uma vez que pode ser o marcador do aparecimento de lesões de órgãos-alvo³. O excesso de peso é um significativo preditor da PA elevada nessa população, além da obesidade ser sabidamente um importante fator de risco para a aquisição de doenças cardiovasculares.