e-ISSN: 2764-9415
O afogamento é rápido, silencioso e reconhecido como um grave problema de saúde pública em todo o mundo, mas é negligenciado. As crianças e adolescentes recebem educação insuficiente sobre prevenção de afogamento. O objetivo deste estudo foi acompanhar as mudanças do Nível de Conhecimento Preventivo de Afogamento (NCPA) em crianças e adolescentes escolares do ensino fundamental do CAp-UERJ, Rio de Janeiro, Brasil. A metodologia foi de estudo longitudinal realizado de 2022 até 2024 com estudantes do (5º, 6º, 7º, 8º e 9º anos) do CAp-UERJ. Foram acompanhadas 12 turmas até 2024, totalizando 336 alunos, sendo quatro turmas que cursavam o 7° ano, quatro do 8º ano e quatro do 9º ano, com total de 112 alunos por ano de escolaridade. Um questionário estruturado dividido em três partes contendo 20 itens sobre NCPA foi respondido na escola. Na 1ª parte os alunos correlacionavam as figuras universais usadas nas placas para prevenção do afogamento aos textos que significam aquelas imagens (7 questões), na 2ª parte tinham que fazer a relação entre as cores das bandeiras verde, amarela e vermelha e o seu significado em relação às condições de banho (3 questões) e na última parte, o escolar marcava sim ou não em afirmações relacionadas ao comportamento correto a ser adotada no ambiente aquático (10 questões). Cada turma recebeu 3 intervenções com base no resultado individual do NCPA. Quando analisados todos os anos de escolaridade juntos em três momentos (2022, 2023 e 2024) o resultado mostrou que houve melhora no conhecimento sobre as 7 placas de prevenção, a ponto de, 99,1% dos alunos passaram a conhecer os significados das placas, e em duas delas, placa n.º 2, que se refere ao telefone de emergência e na de n.º 3, proibido empurrar, houve 100% de acerto. Foi possível verificar também que após a intervenção, quase a totalidade (98%) dos escolares acertaram o significado das cores das bandeiras verde, amarelo e vermelha. Em relação ao comportamento de brincar próximo ou colocar a mão no dreno que aspira a água da piscina o resultado mostrou que os mais novos foram os que mais melhoraram após intervenção, passando de 77,2% para 99,1% os que responderam corretamente em 2024; sobre à entrada na piscina mergulhando com “salto mortal”, de forma perigosa e inadequada, verificou-se que quanto mais velho, mais noção do perigo, causado por mergulhos de cabeça eles tinham. Em relação a categorização do NCPA, notou-se que 99% dos alunos foram classificados como NCPA excelente em 2024. Sendo que os que cursavam o 8º e 9º ano obtiveram 100% na classificação como NCPA excelente. Pode-se concluir que a escola foi um bom local para se realizar intervenções preventivas sobre afogamentos usando abordagem focada na mudança de comportamento, identificação conceitual e conscientização dos alunos a fim de melhorar o NCPA. A utilização diagnóstica do NCPA para acompanhamento dos alunos em idade escolar pode ajudar a identificar valores e conceitos de segurança em determinadas regiões do país ou grupos específicos que não estão familiarizados com ambientes aquáticos e assim ajudar a formular intervenções preventivas caso necessário.