Estimativa rápida participativa: Ferramenta necessária para o planejamento em uma estratégia de saúde de família
DOI:
https://doi.org/10.56238/isevjhv2n4-002Palavras-chave:
Saúde pública, Saúde coletiva, Prática de saúde pública, Planejamento em saúde, Participação da comunidade.Resumo
Introdução: A Estimativa Rápida Participativa (ERP) é uma ferramenta que permite conhecer as necessidades reais da população adscrita, assim como vivenciar a situação de saúde. Além disso, possibilita identificar e buscar as mudanças necessárias nos processos de trabalho do território para o enfrentamento de problemas. Objetivo: Obter o diagnóstico situacional da área de abrangência da estratégia de saúde da família a partir da ERP. Metodologia: A coleta das informações para a ERP aconteceu através do preenchimento de um questionário respondido pelos usuários e equipe de saúde com perguntas sobre a comunidade, os agravos de saúde e funcionamento dos serviços de saúde, incluindo o acesso e processo de trabalho. Também foram analisados dados secundários sociodemográficos de base municipal e do prontuário e-SUS do Ministério da Saúde. A sistematização dos dados subsidiou a elaboração do planejamento estratégico situacional (PES). Resultados e Discussão: Foram encontradas diversas fragilidades como a geografia da área sendo predominada por morros, apontados como fator limitante ao acesso à ESF, o aumento na incidência de transtornos mentais em adolescentes e o aumento expressivo de usuários com DCNTs e neoplasias em adultos e idosos, incluindo a distribuição de faixa etária no território sinalizando uma realidade não encontrada nacionalmente, pois apresenta uma pirâmide inversa evidenciando que grande parte dos nossos usuários são idosos e adultos. Além de dificuldades no processo de trabalho; ainda, foi constatada a falta de informações sobre as questões de gênero e orientação sexual para a população lésbica, gay, bissexual, transexual e transgênero, queer, intersexo, assexual e outras (LGBTQIA+), que deveria ser questionada durante o cadastro dos usuários. Sabendo que a falta de levantamento de dados implica na estimativa dessa população frente às políticas públicas, é necessário contornar essa falha a partir de uma educação permanente com as ACS. É notório as vulnerabilidades sociais da comunidade (desemprego, qualidade alimentar e acesso a medicações externas ao SUS). Considerações Finais: A partir da ERP, reconhecemos a área de abrangência do território, assim como identificamos problemas organizacionais, de acesso dos usuários e ações que podem ser potencializadas na área de atuação da ESF.