Disfagia em Idosos com COVID-19: Implicações e comorbidades na era da pandemia

Resumo

A disfagia é frequente na população idosa, especialmente em indivíduos com COVID-19. O objetivo desta revisão integrativa foi elucidar a conexão entre a disfagia e a COVID-19 em idosos, centrando-se nas implicações decorrentes e comorbidades associadas. Métodos: Foi realizada uma busca abrangente usando a estratégia PICO em seis bases de dados: PubMed/Medline, Embase, LILACS, Scopus, Web of Science e SpeechBITE. Artigos publicados entre 2019 e 2022, sem restrições de idioma, envolvendo participantes com 60 anos ou mais diagnosticados com COVID-19 e exibindo sinais/sintomas de disfagia foram incluídos. Resultados: A análise incluiu 42 artigos, sendo a maioria relatos de caso. A amostra envolveu 298 idosos, com média de idade de 70,5 anos e predominância do sexo masculino. As implicações da disfagia incluíam a necessidade de alimentação alternativa, penetração/aspiração laringotraqueal, ajuste na consistência da dieta, pneumonia aspirativa e disfunção na musculatura orofacial e faríngea. Foram identificadas comorbidades pré-existentes e associadas à COVID-19, como Síndrome de Guillain-Barré, Miastenia Gravis, Hipertensão e Diabetes Mellitus. Conclusão: Esta revisão integrativa realça várias implicações da disfagia em idosos com COVID-19, sendo a alimentação alternativa a mais mencionada. Entretanto, menos da metade dos estudos descreveu as implicações observadas entre os pacientes. Os achados destacam a necessidade de investigações futuras e desenvolvimento de estratégias terapêuticas apropriadas visando melhorar a qualidade de vida e prevenir complicações nesta população. A identificação das implicações e comorbidades associadas à disfagia pode auxiliar na elaboração de abordagens de manejo clínico mais efetivas e seguras.